O Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, celebrado em 6 de dezembro, é uma data dedicada a reforçar o papel essencial dos homens na luta contra todas as formas de violência de gênero. Instituída no Brasil em 2007, a data faz parte da Campanha do Laço Branco, um movimento internacional que incentiva os homens a se posicionarem ativamente contra a violência e a desigualdade que atingem mulheres e meninas.
A campanha surgiu em 1991, no Canadá, após um trágico episódio ocorrido em Montreal, quando um homem invadiu uma escola e assassinou 14 mulheres. O crime, motivado por ódio e misoginia, despertou uma onda de reflexão e indignação. Em resposta, um grupo de homens decidiu se unir para dizer “basta” à violência e assumiu o compromisso público de nunca praticar, tolerar ou silenciar diante de atos violentos contra as mulheres. Assim nasceu o Laço Branco, símbolo mundial do engajamento masculino nessa causa.

No Brasil, a iniciativa é apoiada por instituições públicas, movimentos sociais e organizações da sociedade civil, que reconhecem que a luta contra o machismo e a violência não é responsabilidade exclusiva das mulheres. Pelo contrário, é um compromisso de toda a sociedade, especialmente dos homens, que devem rever comportamentos, desconstruir estereótipos e se tornarem agentes ativos da mudança.
A data busca ampliar o diálogo sobre masculinidades, convidando os homens a repensarem suas atitudes e a entenderem que o respeito é a base de qualquer relação saudável. Também é um chamado para que assumam o papel de aliados na promoção da igualdade de gênero e na prevenção da violência doméstica, emocional, psicológica, sexual e patrimonial.
De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma mulher é vítima de violência doméstica a cada dois minutos no país. Esses números escancaram uma realidade que não pode mais ser normalizada. O silêncio, muitas vezes justificado por uma cultura de conivência e impunidade, precisa dar lugar ao enfrentamento consciente e coletivo.
A Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) e a Lei do Feminicídio (Lei nº 13.104/2015) representam importantes marcos legais de proteção às mulheres, mas a transformação cultural depende da responsabilidade compartilhada entre homens e mulheres. O verdadeiro combate à violência começa com a mudança de mentalidades, com a educação para o respeito e com o fortalecimento de vínculos baseados na empatia e na equidade.O Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres é, portanto, mais do que uma data simbólica — é um convite à ação. É o momento de reforçar o compromisso coletivo com a construção de uma sociedade onde todas as pessoas possam viver com segurança, dignidade e liberdade.
💭Dizer “não” à violência é mais do que não agredir — é também não silenciar, não rir, não aceitar e não reproduzir atitudes que ferem e diminuem. Em um mundo ainda marcado por desigualdades, será que os homens estão prontos para usar sua voz e seu exemplo como instrumentos de transformação? O fim da violência contra as mulheres começa com a coragem de cada homem em ser parte ativa da mudança.💭
FONTES:
175. O massacre de Montreal: masculinidade hegemônica e textos jornalísticos | Revista Philologus
Campanha Laço Branco chama os homens para participarem da luta pelo fim da violência contra a mulher
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Conteúdo elaborado para: ObservAJUS – Observatório de Acesso à Justiça
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