Prática de acesso à Justiça

Maria Urgente

Soluções-chave que esta prática apresenta para o problema identificado

O projeto Maria Urgente possibilita o pedido e o atendimento urgente de medidas protetivas, consoante a Lei Maria da Penha, às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar no primeiro contato dessas mulheres com o Estado, reduzindo a probabilidade de novas violências, especialmente o feminicídio, e concedendo eficiente, eficaz e efetivo acesso à justiça. Após ouvida a vítima e segunda a sua vontade, a Polícia Militar (PM), por meio do sistema Mobile, preenche o Formulário Nacional de Avaliação de Risco e registra o pedido da vítima de pedida protetiva. Essas informações são analisadas e inseridas no PJe pelo Núcleo de Prevenção e Enfretamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Nupevid) da Polícia Militar. Assim, o pedido de medida protetiva é enviado diretamente ao magistrado ou à magistrada competente.

Visão geral

  • Resumo

    Objetivos
    • Facilitar e possibilitar, à mulher vítima de violência, o acesso eficiente, eficaz e efetivo à justiça;
    • Reduzir a probabilidade de novas violências, especialmente o feminicídio;
    • Realizar ágil processamento das medidas protetivas de urgência desde o pedido até a análise e o efetivo cumprimento.
    Metodologia
    • A operacionalização do processo de implantação da prática acontece de forma articulada entre o Poder Judiciário e a Polícia Militar, envolvendo o Nupevid da PM;
    • Após, o Formulário Nacional de Avaliação de Risco é ajustado para estar dentro do sistema Mobile da Polícia Militar e o fluxo de envio das informações é desenhado e implementado para que esses dados sejam enviados diretamente ao Nupevid;
    • O Nupevid, de posse dessas informações, analisa-as e protocola diretamente no PJe, fazendo com que o processo seja destinado diretamente ao magistrado ou à magistrada competente;
    • Para tanto, pode ser realizado um Termo de Cooperação ou outro instrumento equivalente para definir as responsabilidades das instituições envolvidas, como foi realizado no Tribunal de Rondônia.
    Resultados
    • Desde o início do projeto Maria Urgente, no final de 2019, foram capacitados e capacitadas mais de 60 policiais militares e civis;
    • Após os ajustes no sistema Mobile e no PJe, de agosto à dezembro de 2020, somente na Comarca de Porto Velho foram realizados 353 atendimentos consoante o projeto Maria Urgente e 182 medidas protetivas de urgência peticionadas;
    • Em 2021, nas Comarcas de Porto Velho e Ji-Paraná, foram 1.837 ocorrências, sendo que mais de 1.500 tiverem interesse em medidas protetivas, sendo, então, peticionadas 935 pedidos de medida protetiva de urgência;
    • Atalhar o procedimento, facilitando o acesso da vítima pelo Sistema PM/RO Mobile e pelo Processo Judicial Eletrônico (PJe), tem contribuído para o processamento urgente das medidas protetivas, para a análise da situação de risco em que a vítima se encontra mediante o preenchimento do Formulário Nacional de Avaliação de Risco e, consequentemente, para a efetivação da Justiça nos casos concretos, inclusive para o Sistema de Plantão Judicial.
  • Problemas-chave

    Morosidade processual
    Lentidão na tramitação de processos judiciais, resultando em atrasos prolongados para a resolução de casos e sobrecarga nos tribunais. As causas desse problema são muitas, entre elas, procedimentos burocráticos ineficientes e a falta de recursos adequados

    Complexidade legal
    Dificuldades de compreensão e uso do sistema judicial devido à sua complexidade inerente, com leis e regulamentos extensos e, muitas vezes, intrincados, procedimentos judiciais complexos, e linguagem jurídica pouco acessível.

  • Soluções-chave

    Modernização do sistema judicial
    Investimento na modernização dos sistemas judiciais para torná-los mais eficientes e acessíveis, o que pode incluir a digitalização de processos, a implementação de sistemas de gestão de casos online e a melhoria da infraestrutura física dos tribunais

    Simplificação de procedimentos legais
    Redução da complexidade dos processos judiciais e administrativos, implementando a digitalização e automação de processos, a criação de formulários padronizados para procedimentos comuns, e a revisão da legislação para torná-la mais clara e acessível

  • Barreiras

    Escassez de pessoal
    Insuficiência de profissionais para atender às demandas do sistema jurídico, incluindo a falta de juízes e advogados e de funcionários de apoio administrativo e técnico

  • Tecnologias

    Sistemas de gestão online

  • Parceiros

    Polícia Militar do Estado de Rondônia

  • Downloads

    Maria-Urgente.pdf

Ficha técnica

Data de início 10/2019
Tribunal associado à prática Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO)
Público-alvo Jurisdicionados
Voltada aos grupos Vítimas de violência doméstica
Escopo de atuação Estadual
Fonte de dados Prêmio Innovare
Página de origem https://www.premioinnovare.com.br/pratica/maria-urgente/11073