No dia 2 de outubro é celebrado o Dia Internacional da Não-Violência, uma data criada pela Assembleia Geral da ONU em 2007 para reforçar a importância de educar e sensibilizar a sociedade sobre a cultura da paz. A escolha do dia não foi por acaso: ele marca o aniversário de Mahatma Gandhi, líder indiano que se tornou símbolo mundial da resistência pacífica e inspiração para inúmeros movimentos de defesa dos direitos civis e da justiça social.
O objetivo dessa data é lembrar que a não-violência não significa apenas ausência de agressão física, mas também a construção de um mundo baseado no diálogo, na tolerância e no respeito. Para as Nações Unidas, o princípio da não-violência tem valor universal e deve estar no centro das relações humanas, sociais e políticas. Em sua mensagem recente, o secretário-geral António Guterres destacou que, mesmo em tempos de crises e divisões profundas, é preciso seguir o exemplo de Gandhi e apostar na diplomacia e na cooperação como caminhos para um futuro mais justo e sustentável. Essa perspectiva está diretamente ligada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente o ODS 16, que trata de paz, justiça e instituições eficazes.

Infelizmente, os números mostram que ainda estamos longe dessa realidade. No Brasil, só no primeiro semestre de 2021, foram registradas 50 mil denúncias de violência contra crianças e adolescentes — e a maior parte delas (81%) aconteceu dentro da própria casa das vítimas. Em muitos casos, a agressão era diária e se estendia por anos sem ser interrompida. Essas violações atingiam desde a integridade física e psicológica até direitos básicos como liberdade, proteção e alimentação.
Esses dados revelam que a não-violência precisa ser mais do que um ideal: deve ser uma prática cotidiana. É papel de cada pessoa reconhecer sinais de abuso, não se calar diante de injustiças e denunciar situações em que direitos humanos são violados, sobretudo quando as vítimas são crianças e adolescentes, os mais vulneráveis da sociedade.
💭A provocação que fica é: se acreditamos na paz como valor universal, por que tantas vezes escolhemos o silêncio diante da violência que acontece ao nosso redor?💭
Texto | Produção | Autoria:
Conteúdo elaborado para: ObservAJUS – Observatório de Acesso à Justiça
Palavras-chave:
